Quem come poesia?
Por que melodias?
A poesia do coração cheio
Pela arte, o estômago vazio
O traço do braço vadio
O compasso dos dedos trastejantes
Destratantes de cordas e versos
A crise alimenta a poiética
A arte se é ética ou estética,
se mescla a devaneios errantes
Inconstantes métricas dilaceradas
Dissonâncias de acordes conflitantes
Se vale ou não vale...
Se a mente tanto fala e não bate
O coração tanto treme que se mantém calado
poesia é caroço, é ação
é coração em mil decibéis
razão nos compassos binários
dos traços revoltos
couraça de estética na ética dos sentimentos
por isso humano
por isso útil
Natal, 14.09.09
Renan Ramalho