segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Linguagem e despropósito


Arte pra que?
Quem come poesia?
Por que melodias?

A poesia do coração cheio
Pela arte, o estômago vazio
O traço do braço vadio
O compasso dos dedos trastejantes

Destratantes de cordas e versos
A crise alimenta a poiética
A arte se é ética ou estética,
se mescla a devaneios errantes

Inconstantes métricas dilaceradas
Dissonâncias de acordes conflitantes

Se vale ou não vale...

Se a mente tanto fala e não bate
O coração tanto treme que se mantém calado

poesia é caroço, é ação
é coração em mil decibéis
razão nos compassos binários
dos traços revoltos

couraça de estética na ética dos sentimentos
por isso linguagem
por isso humano
por isso útil



Natal, 14.09.09

Renan Ramalho