hera-de-inverno na parede da alma
da cor da estação
verde como a esperança
no outono, rubro apaixonado
depois cai
eu só vi cajueiro
mas vi esperança
vi paixão
cai e ralei o joelho
hera-de-inverno
cresce e toma conta
não cabe mais
escorre entre os poros
já não se esconde
são ramos
são frases
são punhais
hera-de-inverno na parede
é planta que cresce com
[apetite voraz
no formato
conforme a alma
escorre nos dedos
se mostra em versos
travessos
hera-de-inverno
era inquietude
virou poesia
Natal, 30.07.09
Renan Ramalho
Um comentário:
Renan escreve com um pulso firme, marcante.. como quem saborea na pele as palavras que escreve.
É sútil e provocante
sensível na medida certa.
sem rodeios e sem enfeites.
adoro isso nele.
abraços...
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