"Todo dia eu só pensoEm poder parar Meio-dia eu só pensoEm dizer nãoDepois penso na vidaPrá levarE me calo com a bocaDe feijão..."
Chico Buarque
No canto do quarto, na frente da tela
Tic tac denuncia o tempo imperioso
Mais uma noite, mais um fim de dia
Tic tac e nada se fez
Mais uma madrugada, mais um descanso
Amanhã
Um dia outra vez
Novamente o mundo à espera
Os olhares à espreita
Um dia ocupando a vista
Dores ocupando corações rotineiros
Mais um dia para ganhar a vida
Perder a alma
A paciência
Um dia educado
Comportado
Comprimido
Oprimido
Luz, câmera, ação!
Mascaras do cotidiano
Os sorrisos de balconistas
Os tapas educados
As conveniências
A ausência de sentido, de fé, de verdade...
Disso se alimenta a cidade
Produção
Movimento
Aumento
Descontento
Desalento
Novamente solidão
LUZ!
No escuro se é verdadeiro
O que resta alem das coisas casuais?
CÂMERA!
Longe dos olhos se é por si mesmo
O que resta alem das honras, das pompas, dos egos...
ACÃO!
No silencio se pensa
Dispensa qualquer mascara de conveniência
Vê quem se é
Se gosta?
Novamente solidão.
Tantas cartas
Somente um curinga.
5 comentários:
Loucura cura loucura.. =)
Bem, apesar de tudo isso, ainda bem que:
"seis da tarde como era de se esperar, ela pega e me espera no portão..."
massa renan... cara, adoro essa temática urbana e a abordagens e convenções sociais cara... muito bom! vc tem grande potencial.. continue escrevendo, escrevendo e escrevendo!
abraço cara!
juntou em um só post as coisas que adoro: chico e o dia do coringa!
rotina da vida besta. vida leve, que de tão leve, foge às mãos...
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