segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Luz, câmera, cotidiano

"Todo dia eu só penso
Em poder parar Meio-dia eu só penso
Em dizer não
Depois penso na vidaPrá levar
E me calo com a bocaDe feijão..."

Chico Buarque


No canto do quarto, na frente da tela
Tic tac denuncia o tempo imperioso
Mais uma noite, mais um fim de dia
Tic tac e nada se fez

Mais uma madrugada, mais um descanso
Amanhã

Um dia outra vez

Novamente o mundo à espera

Os olhares à espreita

Um dia ocupando a vista
Dores ocupando corações rotineiros

Mais um dia para ganhar a vida
Perder a alma
A paciência


Um dia educado
Comportado
Comprimido
Oprimido


Luz, câmera, ação!

Mascaras do cotidiano
Os sorrisos de balconistas
Os tapas educados
As conveniências
A ausência de sentido, de fé, de verdade...

Disso se alimenta a cidade
Produção
Movimento
Aumento
Descontento
Desalento
Novamente solidão


LUZ!
No escuro se é verdadeiro
O que resta alem das coisas casuais?


CÂMERA!

Longe dos olhos se é por si mesmo
O que resta alem das honras, das pompas, dos egos...


ACÃO!

No silencio se pensa

Dispensa qualquer mascara de conveniência
Vê quem se é

Se gosta?


Novamente solidão.
Tantas cartas
Somente um curinga.


Renan Ramalho 01.09.08

5 comentários:

Canjica| disse...

Loucura cura loucura.. =)

GABRIEL, gustavo disse...

Bem, apesar de tudo isso, ainda bem que:

"seis da tarde como era de se esperar, ela pega e me espera no portão..."

George Facundo disse...

massa renan... cara, adoro essa temática urbana e a abordagens e convenções sociais cara... muito bom! vc tem grande potencial.. continue escrevendo, escrevendo e escrevendo!

abraço cara!

Manoela Lemos disse...

juntou em um só post as coisas que adoro: chico e o dia do coringa!

Naiana Carvalho disse...

rotina da vida besta. vida leve, que de tão leve, foge às mãos...